Vencer a timidez e conseguir entregar conteúdo com postura e autoconfiança pode parecer difícil, mas abaixo estão algumas estratégias que ajudam nisso.
O tripé da comunicação
Primeiramente, sabemos que o núcleo da timidez é o medo de errar em público (leia o artigo anterior sobre o que causa a timidez), não de falar em público.
Nós nos comunicamos com o nosso público o tempo inteiro, até mesmo quando não falamos nada.
Se entrarmos em uma sala, por exemplo, e não falarmos nada, as pessoas já estarão nos julgando, porque ainda assim estamos comunicando algo.
Não falar também é se comunicar, pois o nosso corpo se comunica a todo momento.
Ele é responsável por até 80% da informação que comunicamos diariamente, em todos os ambientes, em qualquer lugar.
80% da qualidade da nossa comunicação vem através da nossa linguagem não verbal, os outros 20% estão divididos entre a nossa linguagem verbalizada.
A linguagem verbal envolve o que falamos e qual tonalidade de voz usamos, que tem a ver com as inflexões que fazemos — ora falamos mais alto, ora mais baixo etc.
Esse é o tripé da comunicação básica.
Qualquer comunicador — faixa branca ou faixa preta do 3º Dan —, saberá que o nível da sua comunicação é baseado nesses três aspectos.
Então, como vencer a timidez?
Perceba o repertório comportamental
A timidez é um estado de medo, de hesitação, frente a situação que enfrentaremos.
Isso acontece porque observamos o nosso repertório comportamental e comunicamos para nós mesmos que não estamos preparados.
Se não percebemos isso acontecendo para superarmos esse desafio, é natural que nos sintamos inseguros.
A insegurança é o contrário de uma pessoa segura e autoconfiante.
Não seja narcisista
A maioria das pessoas tímidas são narcisistas, se acham tão especiais que se veem acima do que realmente são.
Elas acreditam que as pessoas pararão horas da vida delas para prestar atenção no que elas falam, ou no que fizeram ou deixaram de fazer.
É só lembrar de quando uma fofoca é feita ou de quando alguém fala mal de outra pessoa.
Faz-se a fofoca e recebe-se uma dose de dopamina — algumas pessoas só se sentem bem denegrindo outras.
Logo em seguida, após receber a dose de dopamina, a pessoa lembra que tem contas para pagar, coisas que quer comprar, o apartamento e a independência financeira.
Elas não pagarão nada disso falando mal dos outros. Então, se voltam para os seus próprios desafios, para as suas realidades, esquecendo do outro.
As pessoas falarão mal de nós seja quando fizermos algo ou não. Elas são assim; você é assim.
Quando começamos a nos ver exatamente do tamanho que somos, automaticamente, paramos também de julgar os outros.
Deixe de ser um agradador
Precisamos aprender a flexibilizar, a ter a coragem de trabalhar a nossa espontaneidade. Ela é a irmã mais nova da autenticidade, que é a irmã do meio da singularidade, que são filhas da essência.
Só conseguimos acessar essa essência, criar conteúdo autêntico, ser espontâneos, verdadeiros e singulares, se trabalharmos a nossa coragem de não agradarmos.
Porque quando estamos totalmente conectados na “agradação”, agradando a todo mundo, menos a nós mesmos, vivemos tristes e doentes.
Viramos a máquina de agradar; preferimos ver os outros felizes a nós mesmos.
Pare de se enganar. É na nossa espontaneidade que existe a nossa verdade, que perdemos na infância.
Reeduque-se e ressignifique
Quando a criança é criada em um ambiente seguro, onde ela pode criar e se expressar, ela gera criatividade, espontaneidade, singularidade e essência.
Quando se tira a autoridade dela, a minimizam na frente de outros adultos, fazem com que ela acredite que a sua opinião é menos importante do que a de um adulto.
A maior parte de nós foi criada assim. Logo, temos que aprender a nos reeducarmos, porque o processo de educação é contínuo.
Como adultos, devemos olhar para tudo que aprendemos com os nossos pais e separar o que foi bom e o que queremos para nós, do que não foi e que teremos que ressignificar.
Às vezes, é necessário psicoterapia com profissionais habilitados, pois o núcleo da timidez, do medo, está enraizado em outras coisas.
Invista na sua comunicação
Faça cursos de oratória; não um, vários. Invista nisso, na sua comunicação, pelo menos, uma vez por semestre.
A comunicação é tudo. Nosso sucesso financeiro e afetivo se deve ao que sai ou não da nossa boca, no momento certo ou inoportuno.
Comunicar-se é a principal atividade, nós nos conectamos e criamos oportunidades de conquistar aquilo que queremos através da nossa expressão.
Lembre-se, não se comunicar também é falar; quando você não fala nada, está comunicando tudo.
Precisamos ter esse olhar treinado, principalmente, sobre aquilo que não é dito através da linguagem não verbal.
Ela é poderosíssima e, por isso, é muito importante ter postura quando estamos entregando conteúdo, seja ele qual for.
Portanto, que tipo de mensagem você passa quando anda, se senta ou está preocupado? Ou quando quer passar confiança e alta autoestima para as pessoas?