As pessoas querem ser carismáticas, mas pouco se sabe como ter carisma partindo da perspectiva do entusiasmo. Como essas duas coisas estão ligadas?
Às vezes, o fato de estarmos com pouca energia ou empolgação pode ser um dos indicativos de que não somos carismáticos ou persuasivos.
O que envolve desenvolver carisma
O carisma, dentre todas as habilidades relacionadas à comunicação — oratória, persuasão, gatilhos mentais, empatia, linguagem verbal e não verbal etc. —, é o mais difícil de ser desenvolvido.
Isso acontece porque 50% dele vem de “berço”, envolve como fomos influenciados, positiva ou negativamente, na nossa infância.
Ou seja, se fomos estimulados a falar, se recebemos muito carinho e se éramos autoconfiantes. Também, se tivemos espaço para nos expor e criar de forma segura.
Tudo isso interfere de forma direta no nosso carisma, pois ele se trata de uma habilidade emocional.
Os outros 50% são técnica e podem ser desenvolvidos, assim como todas as outras aptidões da comunicação, que, nesse caso, podem ser 100% desenvolvidas do zero.
Por exemplo, uma pessoa pouco persuasiva pode ser treinada com estímulo, programação e método adequado. Desde que faça isso com engajamento e vontade.
Já o carisma, não. Há um momento em que começamos a “bater” em algo que antecede a técnica.
Alguns chamam de talento, mas prefiro olhar como uma influência positiva dentro de um ambiente nas relações primárias.
Como ter carisma a partir do entusiasmo?
O fato é que temos vários repertórios comportamentais que ajudam a aumentar o nosso nível de carisma. Um deles é o entusiasmo.
Ele é aquela empolgação que temos ao fazer algo que gostamos muito. É nesse tipo de situação que o nosso nível de entusiasmo aumenta.
Quando isso acontece e falamos a partir dessa perspectiva comportamental, toda a nossa linguagem não verbal, a tonalidade da nossa voz e as nossas expressões faciais colaboram para que estejamos mais persuasivos.
Esse é o ponto. O entusiasmo aumenta o nosso nível de prazer.
Quando estamos com muito prazer, nos sentindo felizes e confiantes, pois estamos fazendo algo que gostamos muito, o nosso nível de energia aumenta.
Quando isso ocorre, nós “brilhamos”. É como quando olhamos para alguém e percebemos que ela está vivendo 100% de algo.
Esse tipo de repertório comportamental é “magnético”; pessoas entusiasmadas são “magnéticas”, porque contagiam outras com essa “energia”.
Aplicando carisma na comunicação
Ao entendermos o principal gatilho para nos sentirmos entusiasmados, trazemos esse vigor na nossa comunicação, ao falarmos sobre temas que amamos.
É possível perceber isso em lutadores de UFC que entram no ringue empolgados. Eles lutam com outra “vibe”. O mesmo ocorre com professores que amam o que fazem, além de outros exemplos.
É desse estado que vem a máxima de que quando fazemos o que amamos, não trabalhamos; nos cansamos, mas sentimos prazer e realização.
Por isso que as pessoas conseguem fazer muito mais dinheiro com aquilo que amam, pois estão realizando aquilo que de fato gostam.
As relações afetivas que duram mais são aquelas em que amamos de verdade a outra pessoa, porque estar com ela nos deixa entusiasmados.
Entendendo isso, é certo que desenvolvemos e aumentamos ainda mais o nosso nível de persuasão e, desse modo, carisma.
Ele exige coragem, se colocar na linha de frente, tomar a iniciativa na direção daquilo que julgamos emocionalmente importante para nós.